CADETE RUYTEMBERG ROCHA

CADETE RUYTEMBERG ROCHA

terça-feira, 17 de maio de 2011

O estratégico apoio da Força Pública

Desde a fomentação da Revolução Constitucionalista, a Frente Única Paulista sabia da necessidade do apoio da Força Pública. Dessa forma, foram inúmeras as tentativas de contato com Oficiais das diversas Unidades da Milícia Bandeirante, e também manifestações frente a elas, com o intuito de galgarem a simpatia e o apoio dos Milicianos. Esse apoio embora fosse primordial do ponto de vista bélico, possuía um outro caráter, que seria o moral e político, uma vez que a adesão da Força Pública levaria a participação de muitas Unidades do Exército e da Marinha situadas no Estado de São Paulo, que não possuíam posição definida em relação à Revolução, e que aguardavam o apoio da privilegiada, sólida e fortalecida Força Pública Paulista.
Para Fernandes (1974), este poderio da Força Pública Paulista não se traduz apenas na sua sólida militarização, ou seja, ampliação constante dos efetivos, aquisição de aperfeiçoados armamentos estrangeiros. Também ocorre uma racionalização dos serviços policiais, caracterizada pela profissionalização de seus agentes, a qual teve início com a contratação da Missão Francesa para instruir a Milícia Bandeirante. Em contra partida, passa a haver maior preocupação com a estabilidade dos efetivos através do oferecimento de salários mais compensadores a Oficiais e Praças, além de várias garantias econômico-sociais.             
             Com a presença da Força Pública, os Oficiais das Unidades das Forças Armadas situadas no Estado de São Paulo, sentiam-se mais seguros diante da opção pela busca do restabelecimento da “Carta Magna” brasileira, pois podiam contar com a mais poderosa força militar estadual, como companheira de batalha.
A participação da Força Pública no movimento somente ocorreu após o posicionamento favorável do seu Comando Geral, tornando-se, assim, perceptível sua disciplina, ordem e espírito de corpo. Sendo que as poucas Unidades que mostraram alguma apatia na véspera do levante armado, não ofereceram resistência, tendo em seguida, após compreenderem a nobre causa da Revolução, aderido ao movimento.
            
            A participação da Força Pública no fomento do levante

Além da sua participação direta ou indireta nas batalhas ocorridas nas quatro frentes de combate espalhadas pelo Estado, a qual será detalhada a seguir, a Força Pública, através de seus Oficiais da ativa, reserva e reformados, realizou a organização e a preparação dos contingentes oriundos do meio civil. O comandante designado pelo Estado-Maior Revolucionário para a força civil composta pelos voluntários da M.M.D.C., segundo Figueiredo (1954), foi o Capitão Pietcher, Oficial reformado da Força Pública. Os voluntários civis juntamente com a Força Pública e as Forças Federais simpatizantes, compuseram as fileiras do Exército Constitucionalista. 
Na luta pela reconquista do domínio da legalidade, a Força Pública também atuou dando apoio militar na ocupação de diversos pontos estratégicos em vários municípios do Estado de São Paulo. Ocupando rodovias, estações ferroviárias, agências dos Correios, estações telefônicas, de telégrafo, e emissoras de rádio difusão. Esses pontos ocupados foram primordiais para que as tropas revolucionárias recebessem informações e o fundamental apoio logístico.
                                              DIPLOMA DE CORRELIGIONÁRIO