CADETE RUYTEMBERG ROCHA

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quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Acontecimentos anteriores à Revolução Constitucionalista

GETÚLIO DORNELLES VARGAS E REVOLUCIONÁRIOS EM 1930

             No início do século XX, as transformações sócio-econômicas, no Brasil, colocaram em embate diversas oligarquias regionais. Surge, portanto, um período marcado por crises e instabilidade política, econômica e social. Soma-se a esse ponto a consubstanciação do Estado de São Paulo como o principal centro desenvolvimentista do país.    
Os primeiros meses que se seguiram à deposição do Presidente Washington Luis em outubro de 1930 foram marcados por uma série de mudanças no panorama político, econômico e social no Brasil. Dentro deste novo contexto, Getulio Vargas assumiu a chefia do “governo provisório”. Colocando fim, segundo Boris Fausto (1985), a denominada “Política do Café com Leite”, na qual havia a alternância entre os integrantes do Partido Republicano Paulista (PRP) e do Partido Republicano Mineiro (PRM) ou de seus indicados para ocupar a Presidência da Republica. Por sua vez, a “Política do Café com Leite” contava com o apoio da “Política dos Governadores”, a qual consistia no fato do Governo Federal manter os grupos dominantes nos Estados, enquanto estes, em contrapartida, apoiariam as ações do Presidente da República.
A fonte geradora do Movimento de 30 se deu com o fim da aliança entre o PRP e o PRM, sendo que este último se une as oligarquias de outros estados, criando a Aliança Liberal, que lança o gaúcho Getulio Vargas como candidato a Presidente da Republica, o qual é derrotado nas urnas pelo paulista Julio Prestes. Por outro lado, o desejo das novas oligarquias nacionais e das oligarquias dissidentes em participar da direção do país somado ao fortalecido “Movimento Tenentista” era maior que o respeito às normas constitucionais, ocorrendo assim, a deposição do Presidente Washington Luis e a proibição da diplomação do paulista Julio Prestes.
Nesse novo cenário de mudança, o qual acompanhou o Movimento de outubro de 30, ocorreu a expectativa de melhores condições sociais por grande parte da população. “Tal era o entusiasmo pela vitória, a alegria popular pelo Brasil-Novo, que, parecia, uma nova era havia sido alcançada, de liberdade e progresso. E durante alguns dias o povo chegou a julgar-se dono do poder” (BASBAUM, 1962, p.14). O entusiasmo popular em parte é compreensivo, uma vez que o Brasil já estava inserido dentro da economia global, e como os demais países capitalistas, também sofria as conseqüências da “Grande Depressão de 1929”.

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